Comecei pela pergunta óbvia: qual o seu nome? A audição já não funciona como antes, tive que repetir: qual o seu nome? É Mamiiiiii. Foi assim, com a vogal mais prolongada que o normal. E quantos anos você tem? A primeira resposta foi uma gargalhada, entre sarcástica e incrédula. Depois, veio a sentença: Que desaforo! Ele quer saber a minha idade, disse ainda inconformada. Mami continuou rindo até que eu perguntei do namorado. Ela fechou a cara: eu não tenho namorado.
Mudei o foco das perguntas: Qual o nome da sua bisneta? Ah! Deve ser a meninota. Qual o nome dela? Mimi. Ela chamava a minha irmã de Mimi. Eu corrigi: é Alice. E ela repetiu, separando as sílabas: A-li-ce.
Meu pai insistiu com assuntos aleatórios, gracejos que fazemos na intimidade da família. Mais uma vez, ela reagiu: Que horror! Você está me confundindo. Naquele momento, a sobremesa chegou à mesa e meu pai deixou as bobagens de lado. Entre os doces de coco e de manga, ela preferiu o segundo.
A entrevista já durava mais de três minutos, parecia suficientemente extensa para a lucidez dela e para a memória do meu celular. Por isso, resolvi voltar ao desafio e às perguntas relevantes: O que estamos comemorando hoje? A resposta foi imediata e parecia óbvia: o aniversário de seu pai. E o que mais? E da França também. Vencido o 14 de julho, mais um, interrompi a gravação.
festas francesas, Titânicas...lembranças de Mimi, de uma infância que um dia (se Deus quiser!) também se farão confusão na nossa maluca memória humana...
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Caro Rodolpho,
ResponderExcluirmande um forte abraço a querida Mami. Diga a ela que tive a oportunidade de conhecer a França em 2009. Achei lindo o país dela e tive ótimos momentos em Versalhes, no Louvre, em Bourdeaux, etc.
Comemoramos os 120 anos da Revolução Francesa em frente a Torre Eiffel. Foi um momento marivilhoso da minha família!
Grande abraço do amigo,
Fernando Medina.
Oi,Rodolpho,
ResponderExcluirComo sempre muito prazerosas suas narrativas.
Ana Maria