quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Calça de Vovô Congo

É fato e aconteceu assim. R e P dividiram o mesmo quarto de um hotel em Búzios durante um congresso de mecânica dos solos. R teve que voltar ao Rio mais cedo e acabou deixando uma de suas calças para trás. Quando percebeu, R ligou para P que prometeu guardá-la e devolvê-la assim que voltassem a se encontrar. A calça ficou esquecida em casa até que, em curso da PUC, P encontrou B, que trabalha na mesma empresa que R. Como ficou combinado, no dia seguinte, P levou a calça para B que a colocou na mochila e não mais a tirou de lá. Dias depois, a calça foi encontrada e posta para lavar. Quando B chegou do trabalho e a viu pendurada no varal, não a reconheceu. Tendo verificado o número da calça, B conseguiu imaginar apenas duas hipóteses: ou sua esposa tinha um amante, que certamente era maior do que ele, ou a babá de seu filho namorava às escondidas dentro de seu apartamento. Dúvida esclarecida e esposa inocentada, sobrou para a babá, que passou a ser vigiada. Enquanto a prova filmada contra a transgressora não era produzida, B foi convocado para uma viagem a uma obra no interior de Minas. Para que sua mulher não ficasse sozinha com a criança, a sogra veio para passar alguns dias e tirar uma casquinha do neto. Assim que soube da história e das suspeitas contra a colaboradora doméstica, deveras preocupada, prometeu à filha que daria um jeito. Levou então a calça para o terreiro de Vovô Congo. Ele faria um trabalho para afastar o namorado da babá da casa de B, bem com as más influências dos tais encontros libidinosos. Nesse ínterim, P encontrou R e perguntou se B tinha devolvido a calça. Assim que B voltou de viagem, R o procurou para saber da calça. Houve testemunhas quando a lampadinha acendeu no cérebro de B e seus olhos brilharam. Em casa, contou para esposa que o mistério da calça estava desfeito: R era o dono da calça. Ela retrucou com a notícia que voltou a tirar o brilho dos olhos do marido: a calça não estava mais lá. B ficou sabendo que, de limpeza em limpeza, tinha sido levada para doação. R sofre agora com as brincadeiras dos colegas sobre os possíveis efeitos do trabalho de Vovô Congo. Contudo, não dá ponto sem nó: ainda cobra de B seu caríssimo modelo Armani. B ainda se diverte com o acontecido e se esquiva enquanto pode.

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkk Que confuso!!!! Mas muito boa a história!!!

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  2. ... B então começa a sofrer muita chantagem de R assim que ele percebe que pode ganhar mais dinheiro do que no mercado de ações... B então pensa em fazer um "trabalho definitivo" com ajuda do Vovô Congo. hahahaha
    Parabéns!!!

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  3. O pior de tudo é saber que a história não se trata de nenhum devaneio do que restou da carga desta caneta, nem de "milhos" trocados. A história é verídica! P, R, B, a calça, a sogra e vovô Congo realmente existem! rs

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  4. Muito boa!!!
    Agora só falta desvendar quem são P, R e B!!!
    Palpites?rsrs

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