Em reuniões ordinárias, carregadas de vaidade plebéia, foi-se a paixão. Diante da constatação das impossibilidades financeiras, a esperança se perdeu. E, lá, em nobre salão, havia lobos. Estavam também nos gramados e nos escritórios. Lobos em pele de ovelha. Ou velhas raposas de fraque e chuteiras.
Para eles, trata-se da oportunidade de investir em instituições que vivem do privilégio da impunidade. São tanto aqueles que jogam, como os que orientam, trabalham e noticiam. Inclusive, mas não só, aqueles que dirigem. O caso é pandêmico.
As boas ações não vendem jornal ou espaços publicitários. E os que ainda lutam com paixão, como se o patrimônio fosse bandeira, são tratados como loucos e não se livram do estigma da generalização (portanto, lobos também).
Falo, sim, de futebol. Daquele negócio... daquilo que me afastou e que me curou.
Hoje o futebol sobrevive apenas na reação involuntária de um sorriso por cada gol marcado, na preocupação com meu pai após cada gol sofrido e, sobretudo, nos amigos. Lembramos e somos lembrados – as mensagens se multiplicam no celular e na Internet. Há os que ainda telefonam. Comemoramos ou lamentamos. Provocamos e somos provocados.
Hoje o futebol sobrevive sereno. E a doença se manifesta raramente. Por exemplo, quando percebo que ainda acredito em milagres.
Saudações tricolores.
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