domingo, 3 de março de 2013

Abobrinhas

Na noite de domingo liguei a televisão para assistir ao Oscar sem ter visto qualquer um de seus principais concorrentes. Confesso que sinto muita falta de ir ao cinema, ou de alugar três ou quatro filmes para ver no fim de semana. Tenho saudades também de me arriscar no Festival do Rio. Enquanto Alice esteve na rotina comer-chorar-dormir, eu ainda conseguia ver os filmes quando eram lançados em DVD, alguns sem a companhia da Nane. Quando começaram as festinhas infantis, nem isso. Agora só vamos ao cinema com ela, ou seja, dos indicados para o prêmio em 2013 vimos apenas os candidatos a melhor animação Valente e Detona Ralph, o curta Paperman, além dos nossos heróis da Terra Média e também os Vingadores. Isso porque felizmente Alice não tem medo de Orcs e cresceu tanto que já suspira pelo Thor.

Um dos raros momentos que temos para colocar alguns desejos em dia é o carnaval. Entrincheirados em casa por causa dos blocos e do calor, este ano acabamos descobrindo que só Netflix pode nos salvar ou, pelo menos, diminuir o enorme atraso. Dentre outros, vi com Nane o lindo filme japonês A Partida, vencedor do Oscar em 2009 e com Alice, A Felicidade não se Compra, de Frank Capra, indicado em... Vamos ao que importa: apesar da temática adulta, do preto e do branco, ela prestou atenção até o fim, entendeu o que bastava.

Voltando ao domingo passado, antes da cerimônia de premiação começar eu me perguntava para quem iria torcer. Afinal, tinha que encontrar alguma motivação para perder algumas horas de sono no início da semana. Apesar de não ligar muito para musicais, pensei em vestir a camisa azul por Jean Valjean e todos os miseráveis franceses. Outra opção eram os bastardos inglórios de Tarantino – vou sempre torcer por eles, mesmo que o nome do filme seja outro. Perdido entre miseráveis e bastardos, cogitei ainda vibrar com um Oscar para Haneke, mas que não fosse o de filme estrangeiro: presente de meu pai, Kon Tiki foi um livro inesquecível que devorei há muitos anos. Para melhor ator, não consegui escolher, embora ache que Denzel Washington precisa ganhar mais alguns para compensar os que perdeu com Hurricane e Malcom X.

No fim das contas, estava mesmo precisando fazer um pouco de coisa nenhuma. Enquanto Alice dormia e Nane trabalhava, eu escrevia abobrinhas na Oscar Conference da minha amiga Aninha no Facebook. Não fossem os amigos (neste caso, as amigas do Bradley, que foram bastante compreensivas com a falta que Scarlett me fez), teria dormido muito antes do fim. O ano precisava recomeçar assim, às duas horas da manhã, sem pretensões. E o blog precisava de um texto mais leve para deixar para trás os momentos tristes e tensos de janeiro.

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