– Antes... bem antes, tinha planeta? Como eles começaram, pai?
Falei dos cientistas, de pesquisas e da explosão que deu origem a tudo. Também das estrelas. E disse que o sol era uma estrela.
– Mas ele é assim... – com o dedo, ela desenhou um círculo no escuro e continuou – pai, eu queria saber mais duas coisas.
Ela queria saber sobre a origem dos armários. Fácil: um homem, que precisava guardar suas coisas, teve uma grande ideia, fez um desenho, cortou madeira e mãos à obra! Assim que relacionei a madeira à árvore, ela foi ao xis da questão:
– Eu sei, pai. Mas, e a semente?
Escapei de mais explicações quando ela ensaiou o sinal da cruz. Já que havia um interesse óbvio sobre as origens das coisas, preferi falar da Santíssima Trindade. Quando cheguei ao Espírito Santo, os olhos de Hermione brilharam:
– Deus tem magia?!
A curiosidade parecia interminável. Ela tinha dito que seriam mais duas perguntas, mas, naquele ritmo, poderiam chegar a vinte. Era por isso que não conseguia dormir: a cabecinha não parava de trabalhar.
– Teve guerra aqui?
Contei que tivemos poucas guerras no Brasil. E ainda que, quando o vovô era criança, aconteceu a maior delas, na França e em outros países que ficam bem longe.
– Teve gente que morreu por isso?
Não menti e aproveitei para tentar encerrar a conversa. Não era hora de pensar em tanta coisa. Insisti: ela tinha que descansar a cabecinha para conseguir dormir. Não adiantou, e o assunto mudou de novo.
– Antes eram índios que moravam aqui. Onde eles moram agora?
Alice respondeu antes de mim: os índios vivem em uma ilha. Em seguida, junto com a tribo, ela trouxe sérios questionamentos sobre os pés do curupira e a perna do saci. Não aguentei tanta imaginação e quase implorei pelo fim da história. Ela propôs o seguinte:
– Pai, a gente pode ver os planetas na Internet e visitar os índios na ilha deles.
– Teve guerra aqui?
Contei que tivemos poucas guerras no Brasil. E ainda que, quando o vovô era criança, aconteceu a maior delas, na França e em outros países que ficam bem longe.
– Teve gente que morreu por isso?
Não menti e aproveitei para tentar encerrar a conversa. Não era hora de pensar em tanta coisa. Insisti: ela tinha que descansar a cabecinha para conseguir dormir. Não adiantou, e o assunto mudou de novo.
– Antes eram índios que moravam aqui. Onde eles moram agora?
Alice respondeu antes de mim: os índios vivem em uma ilha. Em seguida, junto com a tribo, ela trouxe sérios questionamentos sobre os pés do curupira e a perna do saci. Não aguentei tanta imaginação e quase implorei pelo fim da história. Ela propôs o seguinte:
– Pai, a gente pode ver os planetas na Internet e visitar os índios na ilha deles.
Já decidi que o Planetário e o Museu do Índio vão entrar na agenda da Alice. Os temas de guerra e paz podem esperar.
A melhor de toda essência esta alma infantil. Portanto, guerra não faz sentido nesse mundo e a paz com certeza será importante para HUMANIDADE!!!
ResponderExcluirAlice é uma menina que sabe das coisas...
Abraços
Alice é muito curiosa, demonstra inteligência.
ResponderExcluirparabéns.
Ana Maria
Maravilha, Alice. Cabeça pensante e indagadora. Estilo que gosto mas também dá angústia em saber que também não para de trabalhar. Alice, Alice, tem que pensar numa viagem interestelar para focar a cabecinha. Beijo especial.
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