Eram muitas caixas de Playmobil para escolher. Sugeri as de naves
espaciais, e ela aprovou. Desci com as duas naves que tinha: a maior delas, em forma
de octógono; e a mais interessante, parecida com um ônibus espacial. Ao
contrário de outros conjuntos em que já havia mexido há uns dois anos, aqueles estavam
completos e preservados, apesar de algumas peças amareladas, adesivos perdendo
a cola e as borrachas dos pneus bastante suadas.
Espalhamos os bonecos no chão do quarto e inventamos juntos
algumas histórias. Ela ficou fascinada quando desmontei o ônibus espacial,
transformei a parte central em escritório lunar e acoplei um módulo menor a
ele. Toda vez que eu me desligava ou ameaçava parar, ela insistia: E agora,
pai? Vai, brinca!
Quando ficou à vontade para criar seus próprios roteiros, eu
me vi criança brincando no chão de tacos. Tirei uma foto, que rendeu muitos
comentários no Facebook – meus amigos também se viram crianças, brincando com
os mesmos bonecos ou desejando aquelas aventuras espaciais. Meu pai se empolgou
com a cena, queria levá-la no dia seguinte à exposição de Playmobil no Museu
Militar Conde de Linhares, em São Cristóvão, mas acabamos deixando o programa para
o outro fim de semana.
Enquanto Alice se divertia sozinha, fomos para a biblioteca,
no quarto ao lado, para procurar vestígios da livraria da minha avó. Meu pai me
mostrou os carimbos que havia separado, acabamos encontrando um diário de
viagem de meu avô e muitas fotos nas gavetas, mais do que eu poderia imaginar.
Ali, ele se viu criança, apontando para a vitrine da loja; na companhia de
amiguinhas francesas de quem ele lembrava os nomes e sobrenomes; fazendo pose ao
lado do carro do pai; ou em casa, também sozinho, brincando no chão da sala com
o trem elétrico.
Ontem, na exposição, três gerações sonhavam com uma casa
onde houvesse um quarto de brinquedos que só precisassem ser guardados para as
mudanças de cenários: o forte apache atacado por índios, o castelo da princesa
protegido por arqueiros... um para cada semana.
Lembrei dos meus bonecos de infância, tinha Playmobil, He-Man, Thundercats. Doei tudo para meus primos-sobrinhos, mas a mãe deles depois jogou tudo fora, dizendo que era coisa do demo. É sério! Se arrependimento matasse..
ResponderExcluirAdorei. Também tenho meus "playmobils". Mas não na casa da mamãe. Estão comigo aqui em casa. Boa semana!!
ResponderExcluirPois é.... minhas bonecas estão na minha mãe também. Na semana passada fiquei sabendo que as minhas sobrinhas, brincando com as bonecas disseram: Vó essas Barbies são o máximo! Elas são vintage.Estão novinhas.... Sabia que tem gente que compra?????
ResponderExcluirA essa altura descubro uma vantagem de ter sido tão comportada, e nada selvagem, com meus brinquedos.
Só doeu um pouco o "atestado de idade".... vintage é forte!!!!
Bjs, Dri
Muito mais que a descoberta de brinquedos... uma verdadeira viagem no tempo, uma deliciosa sensação de pertencimento ao passado... que experiência maravilhosa, Rodolpho! E daqui há alguns anos, será Alice, com suas Barbies e Polys e Harry Potters... Como sempre, emocionante!
ResponderExcluirMeu filho menor ficava horas brincando com paymobil... Muito legal!!!
ResponderExcluirAna Maria