terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sebastian Bar

Eram dois os bares com esse nome. A gincana cultural que frequentei por mais de um ano acontecia no bar da rua Teresa Guimarães, em Botafogo, todas as quintas à noite. Tudo começou com um convite de um grande amigo logo depois do Carnaval. Era um ano complicado, que trazia todas as atribulações do fim de uma faculdade: a falta de tempo com o estágio, a correria do projeto final e a ansiedade relativa ao futuro profissional. Missão Impossível era o nome do jogo, embora tudo mais também merecesse esse nome. A música da série, depois atualizada com a estreia do filme, anunciava o início dos trabalhos: quatro rodadas das mais diversas perguntas, caipirinhas para mesa vencedora a cada rodada e (bons) prêmios no final para as três equipes com a maior pontuação. Momento de relaxar, passar horas brincado de sabe-tudo, desafiar o pouco tempo que sobrava e chegar em casa depois de uma hora da manhã, para acordar dali a cinco outras horas.

A minha equipe teve vários nomes – Mandrake e, sobretudo, LOUCA foram os que mais duraram. O último dos nomes era uma sigla, que revelava Lunáticos Observando Urubus Comendo Alface. Coisa louca mesmo, porém, era o tanto que tinha para acontecer naquele ano. Na mesa ao lado, pouco tempo depois da minha estreia, amigos da faculdade formaram outro time. Se para mim, Copacabana era uma vantagem; para eles, importava pouco se morassem em Laranjeiras ou Vista Alegre. Às vezes, imaginava que pudéssemos dividir a mesma mesa, mas isso já era o que fazíamos todos os dias nos trailers do Fundão, onde jogávamos também... muita conversa fora, com os mesmos objetivos desestressantes. Outra que carreguei para as noitadas de jogatina foi minha irmã blogueira, personagem frequente dos meus devaneios nostálgicos e quase vizinha de porta do bar.

Na primeira noite, a mesa estava cheia, com rostos bem conhecidos. Foi divertido, resolvi repetir. Na segunda noite, éramos apenas cinco pessoas defendendo a equipe Mandrake: eu, meu amigo e a namorada, a vizinha dele e sua amiga. Numa rápida pesquisa no calendário de 1996, é fácil descobrir a data: 7 de março. É interessante perceber que momentos importantes passam assim despercebidos. Talvez, porque eu estivesse ao lado dos amigos de sempre, que formavam o único casal da equipe naquela noite. E o que torna aquele dia tão relevante é que, há quase quinze anos, pela primeira vez, eu estava também ao lado do meu futuro: minha esposa e a madrinha da minha filha.

3 comentários:

  1. delícia essas viagens ao passado da nossa mente nao é mesmo ? essa noite tbm tive um sonho meio dejà vu
    hehehe
    bjins !

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  2. E o que torna aquele dia tão relevante é que, há quase quinze anos, pela primeira vez, eu estava também ao lado do meu futuro: minha esposa e a madrinha da minha filha. ........

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