domingo, 13 de junho de 2010

As Férias de Alice

Alice tirou férias dos pais por longos dezessete dias. No dia em que partimos, eu a deixei na creche. Lá, ela entrou pelo corredor sem olhar para trás. Virou-se, de repente. O beijo, pai. Esqueci o beijo. Com as bochechas coladas nas grades, ela me ofereceu o melhor deles. E completou com um sorriso: agora vai, papai; vai viajar, vai!

De Paris, Alice sabia muito pouco. Que o Ratatouille morava lá, que tinha uma torre igual a do quadro da vovó, que Mami nasceu lá, que tinha uma loja da Disney. Se a torre e a história da família ainda não têm apelo, falar com o Rémy era a minha missão. Aliás, a Disney já é quase uma obsessão. Alô. Mamãe, você já foi na loja da Disney? Não. Hoje você comprou quantos presentes? Dois. Comprou o quê? Não vou falar. É surpresa. Já se-ei, já se-ei. Foi um bato-om! E o batom já é uma obsessão. Tem mais que a mãe.

Para os pais de Alice, os dezessete dias foram longos. Lá pelo décimo-quinto, já era hora de voltar. Sonhos satisfeitos, mala cheia de presentes para a filha. Chegamos às 6h da manhã em casa. Às 8h fomos acordá-la na casa da avó, no quarto da tia. Ainda grogue, dela ganhamos enormes abraços. Foram poucos minutos até que despertasse e confessasse: Pensei que estava sonhando, mãe.

Pai, você encontrou a Luana? Ela também foi para Paris. A melhor amiga de Alice foi mesmo para lá, mas chegou um dia antes de partirmos para a Holanda. Daí a explicar que... melhor não. Não encontramos com ela, filha.

Hora de abrir a mala e dar os presentes. Ela foi paciente, mas queria sempre mais, às vezes sem dar bola para os que já tinha recebido. Melhor prevenir: Tá acabando, filha. Foram roupas, batons, brinquedos, etc. E, claro, o Rémy. O Ra-ta-tui, papai!

Mais tarde, entediou-se com as fotos até ver o castelo da Aurora, a Bela Adormecida. Da EuroDisney, tiramos poucas fotos, evitamos até onde pudemos resistir. Era uma Disney pequena, explicamos. Mas ela não se importou. Ao contrário, ainda pede para rever cada uma das fotos.

À noite, com saudades da cama, ouviu a história do escargot que não gostava da chuva. Depois dormiu, tão rápido quanto nunca, abraçada ao amigo rato.

A cena valeu uma foto. A viagem valeu por tudo.

Um comentário: