sexta-feira, 15 de maio de 2009

Quando a Caneta Sai da Tampa

Amarante joga tênis às terças e quintas. Diz que os movimentos do saque são como os hábitos. O jogador exaustivamente treinado torna o saque um ato quase involuntário, de aparente eficiência mas sem graça. Não muito diferente da vida que segue com os hábitos de sempre e não se renova.

Para entender a acomodação do tenista, é necessário perceber a dificuldade que ele tem quando, por recomendação de seu técnico, tenta corrigir apenas um dos movimentos - por exemplo, lançar a bola para o alto. Numa primeira tentativa, a bola pode ser lançada em ângulo adequado e velocidade suficiente. Em contrapartida, os joelhos não corresponderão, a raquete será projetada com atraso e os hábitos se desencontrarão. Dar novos rumos ao que parece certo não é fácil. Exige mais treinamento, muita paciência e humildade.

Ele lembra que, no entanto, nem sempre existe um técnico disponível para chamar a atenção daquele que leva a vida como o tenista que não varia seu saque. Com sorte, os olhos do homem comum encontrarão as luzes dos refletores quando a bola estiver no ponto mais alto de sua trajetória. Assim, a bola irá ridiculamente para fora e se fará a oportunidade da mudança.

Amarante pede desculpas pela filosofada. Essa foi a forma que ele encontrou de explicar a existência deste blog, parte de um novo conjunto de hábitos.

É aqui que a caneta sai da tampa pela primeira vez.

Um comentário:

  1. E aí Amigo!!

    Parabéns pla iniciativa!! tenho certeza que você fará belos aces!!

    E que a tampa nunca mais volte ao corpo.

    Um abração,

    Alxandre Crof

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